AVALIAR DOENÇAS NOS CANÁRIOS OLHANDO AS FEZES!!
A cor das fezes e a sua
importância na identificação de doenças nos Canários
Como me têm sido pedido várias vezes ajuda em relação às diarreias,e muitas
vezes sobre doenças que afectam os Canários, vou tentar mostrar-vos o que pela
observação das fezes podemos retirar, como ensinamento, para as prováveis
causas de doenças dos canários…
Como disse tem que ser individualizada CADA POSSIBILIDADE DE DOENÇA e os
olhos do criador são extremamente importantes na observação diária.
Por natureza as aves tendem a esconder suas doenças, pois no mundo animal
os predadores procuram os mais fracos, sendo assim muitas vezes quando
observamos e verificamos que as nossas aves estão doentes já é tarde demais.
Quantos de nós não vimos o pássaro de manhã “impecável” e á noite… morto!!!
Pois…estava doente e não percebemos.
Mas existem sinais que podemos usar para descobrir certas doenças
encapotadas.
E a análise das fezes é fundamental.
Temos alguns sinais importantes que com o de observar das fezes e com a
capacidade de as “ler” nos ajudam, é isso mesmo, olha para o cócó.
OLHANDO PARA AS FEZES
Todo o Criador de aves deve saber como são as fezes normais ( ditas sãs).
E ainda, observar as fezes (frescas) periodicamente, pois alterações
significativas alertam-nos que algo não vai bem com a ave.
As alterações das fezes costumam vir antes mesmo de a ave apresentar
sintomas clínicos, permitindo que nós nos antecipemos e podermos de forma
preventiva iniciar a cura.
Vamos então analisar o dito CÓCÓ!!!
As fezes são compostas por 3 partes: fezes( em si), urato e urina :
A primeira porção é chamada de fezes propriamente dita, de consistência
sólida, podendo a sua cor variar entre o Verde-escuro e o Castanho-escuro (aves
que se alimentam de sementes com poucas sementes negras) ou Castanho/Negro,
(aves que se alimentam de rações e excesso de sementes negras).
As fezes podem apresentar outras colorações, dependendo do que for ingerido
(por exemplo, a beterraba ou o corante pode fazer com que as fezes tenham uma
cor mais avermelhada, próxima a cor de sangue). Por isso é importante prestar
atenção ao que a ave consome para poder melhor avaliar as mudanças de cor das
fezes.
E os seus porquês…
FEZES NORMAIS:
Normalmente de cor acastanhadas ( decorrente da cor do alimento ingerido
À segunda porção das fezes chamamos urato, de cor branca e opaca.
É resultado da digestão e do metabolismo de proteínas pelo organismo, e é
eliminado através dos rins.
Urato tingido de verde ou amarelo indica que a ave está com doença
hepática. Urato tingido de verde pode indicar que o pássaro foi acometido de
infecção causada pela "Chlamydophila" (clamidiose).Se assim for tem
de ser IMEDIATAMENTE TRATADA.
A terceira porção das fezes é a urina, produzida pelos rins.
A quantidade de urina nas fezes vai depender da quantidade de líquido
ingerido (água, frutas, vegetais). Tem-se a falsa ideia que a ingestão desses
alimentos provoca diarreia. Justamente pelas fezes se tornarem mais
aquosas/liquidas.
O que não é totalmente verdade.
É importante acompanhar de perto a quantidade de urina eliminada, pois pode
ser decorrente de doença renal.
Outra observação importante é que as aves podem eliminar urina sem fezes e
urato, ou eliminar urato e a urina sem fezes.
Vale ainda ressaltar que aves que passam por situações de stress (mudança
de ambiente, acidentes, convalescença de doenças, etc.) podem ter suas fezes
alteradas (diarreicas, verdes escuras brilhantes, uratos tingidos, etc.) por um
período, voltando depois paulatinamente ao normal.
Para melhor analisar as fezes, indicamos usar papel toalha( no fundo/chão)
na gaiola e de cor clara.
Alterações significativas e persistentes, devem ser levadas em linha de
conta e se desconfiamos de alguma doença repetimos operação do papel por 2/3
dias e comparamos a evolução..
ALTERAÇÃO NAS FEZES:
Na consistência e composição:
Começo com esta nota:
Fezes de uma fêmea no ciclo reprodutivo, têm uma quantidade muito maior em
dimensão e em líquidos e são consideradas normais, são também mais aquosas e
mais pastosas.
Mais à frente explicarei o porquê.
Na coloração das fezes
Fezes escuras (causas diversas, inclusive longo período sem se alimentar).
Se um pássaro não se alimenta de nenhum alimento sólido por um longo
período, a porção fecal pode- se tornar preta, ou verde bem escuro (quase
preto) e de consistência peganhenta. Este tipo de fezes geralmente é confundido
pela presença de sangue, mas na verdade é a produção da bílis que as torna
negras.
Fezes pretas podem significar também sangue digerido (decorrente de
enterites severas). Não é um bom sinal, o mais adequado é levar a um
veterinário para diagnóstico. Porque a medicação ERRADA nestes casos pode fazer
pior.
FEZES VERDE-ESCURO ,URINA COM CONS DE VERDE OU AMARELO: são indicativos de
sobrecarga hepática (intoxicação, infecção, excesso de gordura na dieta,
etc.).E requerem tratamentos hépaticos fracos.
FEZES DIARREICAS E C/ SANGUE:, Podem indicar sangramento vindo do sistema
digestivo, cloaca ou oviduto (o sangue é proveniente de hemorragias
causadas
pela destruição de células intestinais). E é o caso mais grave.
FEZES AMARELADAS: indicam má absorção e digestão dos alimentos por
problemas no pâncreas ou fígado
Nota:
As fezes também podem ser diferentes de uma ave para outra, pois algumas
comem mais sementes, e têm as fezes mais durinhas e sequinhas, e outras
preferem mais verduras e papa, bebem mais água, e assim têm as fezes mais
volumosas e claras. Mesmo quando estão juntas na voadeira e recebem o mesmo
alimento, as fezes podem ser diferentes
Na coloração do urina
Os rins excretam o urato (de cor branca) produzido pelo fígado. Quando
ocorre alteração na cor, pode significar que o fígado pode estar comprometido.
Problemas hepáticos podem ser causados por bactérias ou vírus, a maior parte
das doenças é curável.
URATO AMARELO: pode indicar problema no fígado e uma possível insuficiência
Hepática.
ALTERAÇÕES GRAVES:
DIARREIA:
(Se a porção fecal não está formada, então sim é chamada de diarreia.
Importante saber que a presença de um volume maior de urina, não importa a
quantidade que for, resultando em fezes aquosas, mas com a porção fecal sólida,
não significa diarreia, o que é comum acontecer e é muitas vezes confundida.)
As fezes podem absorver a urina, dando a falsa impressão de diarreia.
Na diarreia, as fezes podem sair como um jacto, sem nenhuma parte sólida no
meio, ou com pequenos pedaços no meio de um borrão aquoso.
A diarreia pode desidratar a ave em poucas horas, motivado pelo seu
metabolismo acelerado.
POSSÍVEIS CAUSAS:
-Indisposição intestinal (mudança abrupta da dieta, consumo em excesso de
uma semente especifica em excesso (normalmente sementes gordas) verduras ou
frutas, alergia ao alimento, etc.).
- Parasitas, protozoários, viroses, toxinas;
- Água ou alimento contaminado;
- Alimentos inadequados à ave (ingestão de lactose, por exemplo).
Mesmo a ave sendo medicada, uma diarreia não cura da noite para o dia. O
que acontece é que a quantidade de água nas fezes vai diminuindo ao longo de
uma semana.
Normalmente deverá deixar a ave apenas a aveia descascada e na agua colocar
num bebedouro uma capsula de UL250.
No máximo durante 3 dias após esse período a ave deve estar curada.
Se não houver resultado satisfatório ao fim de 3/4 dias com a medicação,
deveria consultar um veterinário.
As fezes não devem cheirar mal, quando isso acontece “pode” ser sinal de
doença bacteriana.
A fêmea, quando está na fase de reprodução, pode apresentar fezes dessa
forma, desde que pastosas. Se saírem sob forma de jacto (excesso de urina) e fétida,
não é normal.
A presença de sementes nas fezes inicialmente pode ser um sinal de má
digestão, má absorção do alimento pela flora intestinal, quer seja pelo próprio
alimento (sementes velhas ou com toxinas), como pelo uso de medicamentos
(antibióticos) que atacaram também a flora intestinal ( quando medicamos à
sorte ou porque fulano diz que faz bem).
Outras possíveis causas: parasitas, pancreatite, proventriculite,
ventriculite, ou doença intestinal.
É importante ser um veterinário analisar as fezes e indicar o melhor
tratamento, finalizando-o SEMPRE com o uso de probióticos.
O importante mesmo é observar o comportamento da ave: se apesar da diarreia
ela se mantiver activa, comendo normalmente, é porque a ave está conseguindo
compensar a perda de água bebendo mais água.
Vale a pena, nesses casos, fornecer electrolíticos (soro comercializado
para este fim, existe em casas de animais e produtos veterinários, geralmente é
uma saqueta que se dilui em água).
De preferência deve dar-se directamente no bico, já que a ave rejeita o
produto no bebedouro e acaba por beber menos líquido do que deveria porque não
consegue encontrar água fresca.
O que é exactamente o contrário do que pretendemos.
- FEZES PASTOSAS:
(Com mais líquido que o normal, mas ainda com “algum” formato)
São alterações comumente causadas por vermes ou alimento.
As causas podem ser variadas e o tratamento deve ser feito seguindo a
orientação de um veterinário.
Voltamos a citar a excepção no caso das fêmeas na reprodução que devido à
acção dos hormônios femininos na época da postura provoca( principalmente nas
fêmeas adultas) terem fezes mais pastosas, volumosas, e fétidas, o que é
considerado normal.
-INTOXICAÇÃO:
Quando a ave ingere algo que lhe faz mal, as fezes ficam verde-escuro,
podendo tingir o urato e urina de verde.
Se a ave estiver activa e apetite normal, basta ministrar um antitóxico na
água ou directamente no bico, e mantê-la apenas com alpista e aveia descascada
por alguns dias, até as fezes voltarem ao normal. Se a ave tiver qualquer outro
sintoma, como falta de apetite, apatia, penas arrepiadas, sono excessivo,
procure um veterinário.
- LESÕES INTESTINAIS:
Algumas infecções bacterianas agudas ou parasitas podem causar lesões
intestinais e a ave passa a defecar sangue vivo, ou as fezes saem completamente
pretas, por causa do sangue digerido.
Ambos os casos SÃO GRAVES e requerem auxílio veterinário.
Quando a ave está doente, deve ser isolada das demais aves e ser mantida
aquecida (com uma lâmpada pequena, de forma indirecta ou em gaiola Hospital),
mas de preferência sempre em local pouco iluminado e silencioso. No caso de
usar uma lâmpada, cubra a parte de cima e laterais com uma toalha ou um pano,
para que dê à ave a sensação de protecção e tranquilidade que precisa nesse
período. E tenha cuidado com o excesso de calor da lâmpada.
IMPORTANTE!!
Para descobrir a real causa da alteração das fezes, pode ser necessário um
exame mais específico das mesmas. Mas antes mesmo disso, leve em consideração
dados simples, do dia-a-dia, que interferem nas fezes, especialmente se
estiverem diarreicas.
A ordem da investigação é a seguinte:
1) Stress por mudança ambiente
2) Alimentação
3) Qualidade das Sementes (microtoxinas)
4) Mistura/Papa (muitas aves tem diarreia por longo período devido à
adaptação a ela, principalmente se tiver corante)
4) Qualidade da água (Cloro na água; suja de fezes, restos de sementes
etc.)
5) Agro-tóxicos nas verduras e legumes (procure lavar sempre bem e secar as
verduras).
6) Infecções parasitárias, vermes, coccidiose, etc. (somente é possível
identificar por exame de fezes ou o veterinário em exame ao microscópio)
7) Pancreatite * (fezes amarelo ou verde bem claros)
* são diversas as potenciais causas da pancreatite, que incluem obesidade,
dieta com excesso de proteína, intoxicação por zinco, microtoxinas, e doença
viral.
Nas fezes diarreicas, pode ser dado inicialmente um polivitamínico
associado a aminoácidos e electrólitos, para ajudar a manter a ave hidratada e
suplementar os minerais perdidos nas fezes por conta desse quadro clinico. Até
o início do tratamento administrado por um veterinário.
No caso de fezes que apresentam alimentos não digeridos por má absorção do
organismo, pode ser dado um probiótico para ajudar no restabelecimento da flora
intestinal.
Em ambos os casos, a dieta da ave precisa ser reajustada para o período
durante o tratamento:
Alimentos que sejam facilmente digeríveis e de fácil absorção para
facilitar o trânsito intestinal, devem ser a prioridade.
a) Verduras, frutas, devem ser evitados,
b) Fornecer alimentos com baixo nível de fibras, e que contenham
carboidratos facilmente digestível (alpista e aveia sem casca arroz cozido (al
dente)),
c) Diminuir a percentagem de alimentos proteicos ou excluir mesmo
dependendo do caso.
d) Suplementação vitamínica (vitamina A e E) pode ser necessária,
e) Fornecer grit e carvão vegetal em alguns casos para ajudar na absorção
dos alimentos e melhorar a digestão.
Finalizo relembrado dois aspectos fundamentais…
A) As aves têm o trânsito intestinal rápido, por isso a alimentação
influencia na cor, formato e consistência das fezes.
B) As características das fezes são diversas, dependendo da espécie, idade
e tamanho da ave, do período do dia, tipo de dieta consumida, volume de água
ingerida, doença renal e fígado, medicamento administrado, presença de
patologias parasitárias, bacteriológicas, fúngicas e virais, etc.
C) Só um perfeito conhecimento da ave nos permite identificar um problema e
estabelecer um diagnóstico. EM CASO DE DUVIDA CONSULTE UM VETERINÁRIO SEMPRE!
Muitas vezes salva-se melhor “AQUELA AVE” que faz a diferença…
Textos de CANICULTURA TUGA
Doenças
e o seu Tratamento
GASTRO-ENTERITE
OU DOENÇA DA FACA
Diarreia
aguda, muita sede, emagrecimento intenso, falta de apetite, ave embolada ou
semi-embolada. A ave não engole sementes. Agentes causais: E. Coli ou Salmonela.
TRATAMENTO
: - Dar na
água SALMOCOLI 4 a 5 dias +COMPLEXO B + BIO-SAC após
tratamento.
DIARREIA
NAS CRIAS
Diarreia
liquida intensa, ave embolada e triste, grande consumo de água, cloaca
temporada, palidez na pele e nas mucosas da boca e bico. Se a ave não beber
água morre em 48 horas. É a principal causa de morte nas crias.
É provocada
pela carga bacteriana existente (E. Coli), por falta de higiene, alimento
contaminado ou água imprópria.
TRATAMENTO
: - O BIO-SAC misturado
no alimento dos pais previne a doença. A desinfecção na fase de criação é
importante. Dar na água SALMOCOLI ouSULFAPRIME + VITAMINO
L durante 3/6 dias seguidos.
SALMONELOSE
OU PARAFITOSE
É uma doença
muito mortal e afecta todo o tipo de aves. As mais afectadas são as crias A
diarreia é branca. Intestinos muito congestionados. Na necrópsia nota-se o
fígado muito escuro, a vesícula fica hipertrofiada. É veiculada por alimentos
mal conservados, água imprópria e falta de higiene.
TRATAMENTO
: - Na
comida das crias, juntar BIO-SAC (prevenção). A comida deve
ser preparada com ALIPROCT. Dar na água ENROXINA ou SALMOCOLI.
COCCIDIOSE
Diarreia castanha
líquida ou pouco líquida, devido a hemorragias no intestino. Se não for curada
a tempo provoca mortalidade. É provocada pela eimeria ou coccidia.
TRATAMENTO
: - A
melhor prevenção será a prática da higiene em todo o habitáculo incluindo os
comedouros e bebedouros. COCCIMIR ou SULFAPRIMEdurante
3 dias, prosseguindo por mais 3 dias após um intervalo de 3 dias. Administrar
de seguida o COMPLEXO B e BIO-SAC..
PARASITOSES
INTERNAS
Emagrecimento
notório sem causa aparente. Falta de apetite. Aspecto triste, ventre inchado.
As fezes, por vezes, são negras. É muito frequente nas aves de viveiro em piso
térreo. As parasitoses são muitas vezes acompanhadas de diarreias. Nos
galiformes pode provocar paralisia que os impede de se alimentar ou beber. O
parasitante Singamus Trachea provoca também dificuldades
respiratórias.
TRATAMENTO
: - Desparasitar
com frequência 3 em 3 meses ou de 6 em 6 meses com VERMIZOO; em
cada desparasitação repetir ao fim de 3 semanas. VITAMINO L ou COMPLEXO
B, após tratamento.
AFECÇÃO
HEPÁTICA OU HEPATITE
Ave embolada,
que se cansa facilmente. Diarreia com fezes verdeacastanhadas. Dificuldade em
respirar. Doença provocada por excesso de sementes oleoginosas que provocam uma
sobrecarga no fígado. Pode ter várias origens: Algumas enfermidades,
intoxicações provocadas por micotoxinas com origem nos alimentos à base de
cereais e amendoins, expostos à humidade e calor.
TRATAMENTO
: - Retirar
todo o tipo de sementes oleoginosas da alimentação (girassol, linhaça, nabo,
amendoim,...). Administrar durante 5 a 10 dias PROHEPATIC.
O PRO-HEPATIC na
alimentação regular previne a doença.
C.R.D. OU
INFECÇÃO RESPIRATÓRIA
É uma
micoplasmose. Podem ser afectadas todo o tipo de aves. As aves têm dificuldade
em respirar, ficam com o bico entreaberto e abanam o rabo para cima e para
baixo na fase já mais avançada. Com frequência a respiração é sibilante. Se não
tratada a mortalidade é elevada.
TRATAMENTO
: - MICORESP ou ENROXINA durante
5 dias.
Como é
bastante contagiosa para as outras aves, convém fazer um tratamento preventivo
nas aves sadias com TILFUR ou MICORESP ouENROXINA.
CORIZA OU
GRIPE
É provocada
por Haemofilus. Destilação lacrimal, fluxo nasal com aspecto purulento e mal
cheiroso. Se não tratados podem surgir infecções respiratórias secundárias
graves que necessitam de tratamento.
TRATAMENTO
: - SULFAPRIME + AD3EC+K durante
5/6 dias. Porque é contagioso convém prevenir nas outras aves comSULFAPRIME ou ENROXINA 3
dias + AD3EC+K 3/5 dias
CATARROS OU
CONSTIPAÇÃO
Destilação
lacrimal sem outros sintomas, provocada por mudanças bruscas de temperatura e
correntes de ar. Pode dar origem a infecções respiratórias que necessitam de
tratamento adequado com anti-infecciosos..
TRATAMENTO
: - Prevenir
o aparecimen to de infecções secundárias com VITAMINO L na
água durante 5 a 10 dias em períodos críticos e situações de stress.
TRICOMONOSE
Espessamento
(sapinhos ou crostas amareladas) na língua e por detrás da língua, que se
removem facilmente; diarreia esverdeada e abundante; inchaço na garganta;
Dificuldade em respirar; Regurgitação: Afecta algumas aves exóticas e
periquitos. É muito frequente em aves columbiformes (pombos, rolas, etc). A
mortalidade é sempre elevada nas crias infectadas.
TRATAMENTO
: - Dar
às aves infectadas e que aparentem sintomas, o TRICOBACTER durante
3 dias seguidos, repetindo por mais 3 dias após um descanso de 3 dias.
CÂNDIDA
Os sintomas
são, entre outros, inapetência, regurgitação, dificuldade de esvaziamento do
papo. Por vezes, podem também aparecer vómitos , diarreia e perda de peso.
TRATAMENTO
: - Administrar
nistatina (Mycostatin) ou uma solução de sulfato de cobre durante vários dias.
ORNITOSE
Os animais
estão prostrados, com diarreia, delibitados, com exsudado nasal, conjuntivite
intensa e pálpebras inchadas. Em fases muito avançadas podem aparecer crostas à
volta dos olhos. É muito contagiosa para as aves e para humanos.
TRATAMENTO
: - Dar às
aves infectadas o MICORESP na água de beber, durante 10 a 14
dias. Dar o mesmo produto durante 5 dias como preventivo às outras aves ainda
sem sintomatologia..
VARÍOLA
Lesões com
crostas na pele, bico, à volta dos olhos, narina e garganta. As crostas após a
infecção ficam com pus. É muito contagioso. As crostas ao contrário das
provocadas pela Tricomonose não podem ser removidas. Não tem cura. TRATAMENTO
: - Para diminuir a mortalidade por infecções secundárias, dar SULFAPRIME ouENROXINA durante
10 dias, seguido de 5 dias com VITAMINO L.Pode colocar-se tintura
de iodo nas crostas infectadas.
Depois temos outras doenças, algumas com outro nome, tais como :
Anemia
Epilepsia
Artrite ou
reumatismo
Doença do figado
Asma
Obesidade
Bronquite
Parasitas
externos
Calosidade
Perda de voz
Calvície
Pevide
Cólera
Prisão de
ventre
Congestão
pulmonar
Quistos
Conjuntivite
Sarna
Debilidade
Tifo
Diarreia
Tuberculose
ANEMIA
O Canário apresenta o bico, os olhos e as penas bastante pálidos, descorados, tem falta de apetite e um emagrecimento acentuado.
A causa desta
doença é a falta de glóbulos vermelhos provocada por uma alimentação defi-
ciente,
carência de vitaminas, podendo contribuir para isso a falta de espaço para o
pássaro exercitar ou ainda o contacto com algum parasita.
O
tratamento :
- Para esta doença consiste em juntar à dieta papa de ovo, verduras
frescas. sementes bem limpas e um complexo vitamínico.
ARTRITE OU REUMATISMO
Manifesta-se pelo inchaço das articulações do canário, sendo mais frequente nas patas e nas asas. O canário quando afectado procura mais o fundo das gaiolas que os poleiros.
As
causas principais podem resumir-se a três
coisas muito importantes : local bastante húmido,
deficiência na alimentação e hereditariedade.
O tratamento
: - Consiste em lavar a zona dorida e inchada do pássaro com um
desinfectante próprio diluído em água tépida de depois se aplica uma pomada
farmacêutica própria para estes casos. Deve ser fornecida em abundância na
alimentação verduras e cenoura.
ASMA
O canário tem dificuldade na respiração, bebe muita água e vai lentamente perdendo o apetite. Ao menor esforço, o pássaro fica bastante cansado.
A causa deste
género de doença pode esta r numa corrente
de ar, falta de higiene nas gaiolas, poeiras nas sementes da
alimentação ou o local onde habita ser bastante húmido.
O tratamento
: - Consiste em administrar-lhe produtos
farmacêuticos próprios, atenuando
a doença os
seguintes factos: dar ao canário bastante espaço para que possa
exercitar -se,
manter o
canário num local aquecido e de temperatura constante e
reduzir na sua alimenta ção as sementes gordas e aumentar os vegetais.
BRONQUITE
O canário respira com dificuldade, pode espirrar frequentemente, mantendo o bico semiaberto, ficando com as fossas nasais húmidas. O aspecto do canário é deprimido, dormita constantemente, penas eriçadas e pouco come. Se se tratar de um canário macho, este deixará de cantar.
As causas
desta doença são várias, como por exemplo : A mudança brusca de
temperatura,
alimentos
pouco frescos, o ar poluído ou correntes de ar.
O
tratamento : - Consiste em adquirir no comércio da especialidade
medicamento apropriado
que é aplicado
segundo a indicação. O canário deve ser colocado num ambiente aquecido e
a uma temperatura não muito variável.
CALOSIDADE
Devemos ter cuidado para não confundir calosidade com o acumular de excrementos secos
nas patas. O
canário começa por sentir dificuldade em colocar os dedos no poleiro. Nota-se
nele uma certa inquietação e nervosismo, ficando com os dedos grossos e
inflamados.
O tratamento
: - Consiste em mergulhar o pé e os
dedos, do canário, em vinagre morno, durante cerca de
cinco minutos, e, seguidamente, com azeite morno tentar
arrancar-lhe a calosidade, isto sem o molestar. Existe no mercado boas pomadas
e que aplicadas, obtém-
se óptimos
resultados.
CALVÍCIE
O canário apresenta-se com pouca ou nenhuma plumagem, denominadas " peladas " na cabeça ou na parte superior do corpo.
Esta doença
aparece quando há uma deficiente alimentação, carência de vitaminas, excesso
de
acasalamentos ou até mesmo de algum parasita.
O tratamento
: - Não há para este efeito um tratamento específico. No entanto,
deve dar-se ao canário um complexo vitamínico, manter-lhe uma alimentação
rica e cuidada e colocá-lo num
ambiente
aquecido.
CÓLERA
O canário tem um aspecto de cansado e sono e tem as penas eriçadas, deixando de se alimentar e sempre com muita sede, o que é normal visto o estado dele ser febril. As fezes
são brancas e
liquidas e por vezes vêm acompanhadas de sangue. Trata-se de uma infecção
que pode ser
por contágio dos alimentos que ingere, da água ou até
mesmo das fezes das outras aves afectadas. Trata-se de uma
doença muito contagiosa que, a maior parte
das vezes, nada há a fazer, não sendo possível o seu tratamento.
Todos nós
sabemos que o mal está em cortar o mal pela raíz. Daí, deve-se ver quais as
aves
infectadas e
procurar uma morte rápida para elas antes que o mal se propague a todo o plan
tel.
O tratamento
: - Nenhum, infelizmente.
CONGESTÂO PULMONAR
O canário tem problemas em respirar., as penas muito eriçadas e perde a vontade de comer.
Se é macho.
também, perde o cantar.. É uma doença difícil de detectar, visto estar
relaciona- da com a morte súbita da ave, estando a cantar entusiasticamente e
caír para o lado, poden do não ser repentina. Aliás, esta doença, dá-se mais
nos canários de canto.
O tratamento
: - Trata-se de um tratamento violento quando a morte
não é repentina. Só há este remédio ... cortar-lhe uma
unha e deixar perder algum ... pouco ... sangue
e depois desinfectar a área infectada.
CONJUNTIVITE
O canário tem uma apresentação de olhos vermelhos, inchados e, por vezes, fechados.
Esta doença
está relacionada com dois casos ,,, infecção ou contágio ... e tem de ser
tratada com uma certa urgência, pois pode levar
à cegueira da ave, quer por uma causa quer por outra.
O tratamento
: - Consiste, em primeiro lugar; em isolar
a ave e usar todas as medidas higiénicas ao nosso alcance e de
seguida usar uma lavagem aos olhos com desinfectante pró
prio diluido
em água tépida. Em segundo lugar, aplicar uma pomada oftalmológica
indicada para estes casos, podendo ser comprada em casas da especialidade ou
farmácias.
DEBILIDADE
O canário apresenta-se com menos vitalidade do que é habitual dado o seu estado de fraque- sa. As causas desta doença podem ser o de uma alimentação incorrecta, falta de vitaminas
ou de sais
minerais, fêmea que fez várias incubações ou macho que fez
vários acasalamen tos.
O tratamento
: - Fornecer ao pássaro uma boa e variada alimentação e
dar-lhe, igualmente,
um bom
complexo vitamínico
DIARREIA
A ave evacua constantemente ... os excrementos são líquidos ... e o seu abdómen uma cor
avermelhada.
As causas que podem estar na origem desta doença é a falta de higiene das
instalações ou o mais provável a uma fraca alimentação.
O tratamento
: - É sempre um auxiliar isolar a ave e colocá-la num ambiente
aquecido não muito variável. Felizmente que já existem antibióticos
para esta doença, devendo ser retira das à sua alimentação todas as
verduras, sementes negras, dando~lhes durante alguns dias
apenas
alpista.
EPILEPSIA
Manifesta-se mais nas camadas jovens, isto é, nos canários jovens. A ave caí no fundo da gaiola repentinamente e fica como morta. Passados alguns segundos, volta ao seu ritmo normal como se nada tivesse acontecido. As causas podem ser um desequilíbrio do sistema nervoso, estado geral de fraqueza ou parasitas internos.
O tratamento
: - Uma vez que se trata de um ataque epiléptico, este pode ser dominado
metendo a cabeça da ave, momentaneamente, em água fria. Se a ave tem
constantemente estes ataques, estes podem ser de origem hereditária e aí nada
ou quase nada se pode fazer
pela ave. Há
casos em que a ave pode ter isto provocado pela queda da gaiola ao
chão, exposição prolongada ao sol, etc.. Isto é curável através de medicamentos
que já se encontram à venda em casas da especialidade.
DOENÇA DO FÍGADO .
Normalmente, a ave fica com o abdómen inchado, isto é : um grande volume no abdómen.
Disto resulta
que a ave come muito pouco, canta pouco ou quase nada, tem um aspecto de sono e
os excrementos são líquidos..
As causas
podem estar numa alimentação imprópria e excessiva, contendo sementes já
velhas, comer alimentação estragada, debicar ou comer gulosamente a papa
destinada à fêmea, etc. .
O tratamento
: - Para esta doença basta dar à ave uma alimentação de sementes
magras, durante alguns dias, excluindo todas as gordas e papas de ovo, assim
como, toda a verdura,
enquanto durar
a dieta da ave, juntando para o efeito à água medicamento apropriado.à venda em
qualquer casa comercial.
OBESIDADE
O corpo da ave apresenta-se quase deformado, perdendo a sua elegância, a sua raça e o seu valor comercial.
A maior parte
das vezes isto acontece porque a gaiola onde está é pequena demais para
que a ave
possa voar o suficiente. A ave necessita de muito exercício, de um voo livre,
isto é : um voo grande
A ave, mesmo
que viva em viveiro, nem sempre tem um voo livre, bastando para isso um
conjunto de factores muito importantes, como, por exemplo; o viveiro ser
demasiado povoado
com outras
aves. Umas e outras não tem exercício suficiente.Também pode estar na origem
desta doença o comer demais, uma percentagem elevada de sementes gordas, etc,
etc..
O
tratamento : - A forma de evitar isto na ave é dar-lhe maior espaço
para que possa exercitar-se, uma alimentação muito cuidada, sem gorduras:
PARASITAS EXTERNOS
Vários são os parasitas que atacam a ave, muito em especial o canário. Entre eles destacam-se dois : ... o piolho e o ácaro.
A ave, mais
propriamente o canário, sente o piolho no seu corpo, onde vive permanente
mente, provocando- lhe irritação na pele, uma comichão constante, chegando,
por vezes, a ferir-se com tamanho mal-estar.
O ácaro só
ataca a ave, ... o canário, de noite para lhe sugar o sangue e de dia
está escondido nos poleiros ocos das gaiolas e nas fendas destas.
Ora, uma coisa
e outra, são a causa de uma pouca limpeza e higiene onde essas aves vivem.
Quando
compramos uma nova ave, devemos vê-la muito bem, pois pode ser portadora desses
parasitas e isto está, também, na sua origem.
O tratamento
: - É simplicíssimo ... para o efeito, basta comprar numa casa da
especialidade, em forma de sprays, eficientíssimos, e aplicar-se durante 2/3
dias.
PERDA DE VOZ
A causa desta doença, denominada afonia, é quando o canário deixa de cantar.
Isto pode ser
provocado por uma ligeira afecção da laringe, uma corrente de ar, mudança para
outro local e até mesmo enfraquecimento da ave.
O tratamento
: - Deve.se manter ave num ambiente quente com temperaturas não
muito variáveis, ter cuidado com a higiene e alimentação, em que a alimentação
pode ser enriquecida com papa de ovo. A afonia só é grave para a ave e
preocupante para o criador
quando se
torna permanente.
PEVIDE
A ave tem a tendência de se alimentar mas não consegue. Esta doença deve-se ao facto de
um crescimento
de uma substância córnea que se vai tornando saliente na parte que forra a
ponta da língua da ave.
O tratamento :
- Deve-se arrancar, com muito cuidado e com a ponta dum alfinete, bem
desinfectado, a calosidade, evitando ferir a língua da ave. Há quem, a seguir a
esta pequena operação e logo de seguida, chegue um pouco de azeite no
local afectado.
PRISÂO DE VENTRE
A ave tem dificuldade em fazer os seus excrementos, pois estes são bastante duros.
A causa desta
doença está relacionada com uma deficiente alimentação, em que, normalmente, se
nota um excesso de sementes gordas.
O tratamento
: - É muito simples ... não há necessidade de recorrer a medicamentos,
bastando para isso dar à ave durante dois ou três dias muitas verduras e retirar-lhe
todas as sementes negras e a papa de ovo. Findo este prazo e se a coisa
continuar,deve-se dar, pelo bico da ave, dois ou três pingos de
azeite
QUISTOS
A ave apresenta inchaços ou saliências,aparecendo com mais frequência na cabeça, no pescoço e nas asas.
Os quistos
aparecem nas aves por causa das penas encravadas, da sua basta plumagem ou da
hereditariedade.
O
tratamento : - Há quem faça uma simples operação aos quistos,
tirando-os. No entanto, deve-se chegar diariamente tintura de iodo ao quisto
aberto e em toda a zona circundante.
SARNA
Manifesta-se nos dedos da ave, pelo endurecimento e descarnação do tecido que os envolve,
em que aparece
uma matéria pegajosa, viscosa, esbranquiçada e por vezes em forma de crosta.
A causa desta
doença está nos parasitas invisíveis que se encontram a céu aberto e onde não
há limpeza nas instalações. medida que se torna indispensável.
O tratamento
: - Deve-se lavar os dedos da ave com desinfectante diluído em água
tépida, friccionando em seguida uma pomada adquirida em casas da especialidade.
Há criadores
que usam
o limão como desinfectante.
TIFO
A ave apresenta-se com um ar triste, procura o fundo da gaiola como refugio e solidão. Tem febre e diarreia. Esta doença, normalmente, é transmitida pela picada de insectos que tenham estado pousados num local onde um canário esteve doente, à ingestão de alimentos ou água em más condições.
Porque se
trata de uma doença terrível, pois quando aparece em forma aguda as aves morrem
repentinamente. Quando aparece em forma menos intensa, as aves não vão além de
quatro ou
cinco dias de vida.
O tratamento
: - Deve-se proceder com toda a urgência de uma limpeza fortemente
eficaz, desinfectando todas as instalações onde as aves vivem. Só assim
atenuaremos ou eliminaremos a propagação da doença.
TUBERCULOSE
A ave anda triste, apresenta um ar de cansado e febril, acaba por rejeitar a comida e começa a emagrecer.
As
causas desta doença pode ser hereditária, mudanças bruscas de temperaturas ou
correntes de ar. Trata-se de uma doença muito contagiosa
Quando
chegamos á conclusão de que há canários que estão a morrer com esta
doença,
devemos
suprimir os que estão atacados e fazer uma desinfecção rigorosa a todas as
instalações onde vivem essas aves.
Se há apenas
suspeita desta doença, deve-se dar à ave todo o espaço livre para ela
voar, fornecer-lhe uma alimentação rica e cuidada, administrando~lhe um
antibiótico próprio.
Há criadoes
que eliminam as aves, mesmo só suspeitando, para não contagiar as
saudáveis.
Textos
do Blog Canários T.Silva
REMOÇÃO DE QUISTOS
Verifico, regularmente, haver criadores que nunca se depararam com canários com quistos e quando isso acontece temem logo o pior para a suas aves. Isso sucedeu comigo quando aconteceu pela primeira vez. Segundo o que tenho lido e, ainda, com a troca de informação com outros colegas criadores a origem dos quistos, de um modo geral, têm três situações, a saber:
1.º - Acasalamento entre aves com uma consaguinidade muito próxima.
2.º - Aves com uma plumagem excessiva (por exemplo os Norwichs).
3.º - A mais comum, penas encravadas, muitas das vezes originadas por as aves se bicarem, principalmente na altura da muda.
A remoção de quistos que pretendo abordar é exactamente aquela que, mais tarde ou mais cedo acontecerá a quem se dispuser a criar canários, tem origem em pena ou penas encravadas. Estas penas encravadas, desenvolvem-se no interior da epiderme e à medida que crescem enrolam-se sobre si mesmas em forma de novelo dando, com o continuo crescimento, aparecimento a uma forma de pequeno grão de milho que é o chamado quisto.
No caso das aves com quistos ocasionados pela consanguinidade será mais constante o aparecimento, não só destes mas de outros tipos de quistos, pelo que obviamente, não é aconselhável a sua utilização como ave reprodutora.
Nesta a primeira foto vê-se o quisto já desenvolvido. É perfeitamente visível no centro da "bola" que se trata de um quisto provocado por uma pena encravada.
Nesta segunda foto vemos o quisto já "aberto" notando-se a pena putrefacta no seu interior.
Por fim nesta terceira foto vê-se perfeitamente o buraco deixado na ave pela extracção do quisto, que aparece no canto inferior direito da foto.
O sistema que utilizo para extrair os quistos é muito simples e, até à presente data, nunca me morreu nenhuma ave pela extração do quisto. Custa-nos um bocado porque a extração é feita a sangue frio e a ave tem dores mas quando a colocamos no viveiro, passadas umas horas, já parece outra pois encontra-se livre do apêndice que a incomodava.
O que utilizo para a extracção é, cuidadosamente, preparado antes de agarrar a ave e consiste no seguinte:
Alcool etílico para desinfectar o material a utilizar; gase para limpar a ferida (nunca algodão, o único que utilizo é o do cotonete que não se solta) água oxigenada para ajudar a limpar e estancar algum sangue; betadine para colocar na ferida; 1 cotonete para limpar o interior da ferida com betadine, 1 x-acto ou bisturi para fazer a incisão no quisto, uma pinça pequena para remover a pouco e pouco o novelo formado pela pena, uma tesoura e um pano limpoonde disponho tudo o que vou precisar.
1.º - Depois de desinfectar, bem, com alcool o instrumento cortante, a tesoura e a pinça, agarro a ave e dou inicio à extracção do quisto.
2.º - Se necessário aparo, com a tesoura, as penas à volta do quisto para que não entrem posteriormente para dentro da ferida que vai ficar.
3.º - Com o x-acto ou bisturi, faço uma incisão no quisto, no sítio onde melhor de nota o novelo formado pela pena. Se o corte for bem feito é raro aparecer sangue.
4.º - Após o corte, com ajuda da pinça vou retirando do interior a pena (que faz lembrar uma pipoca a esfarelar) até chegar a uma altura em que o "grosso" do quisto sai totalmente. Aqui há quase sempre o aparecimento de algum sangue é então utilizada a gase embebida em água oxigenada que com a ajuda da pinça introduzimos na ferida, para a lavar e estancar o sangue.
5.º - Ultrapassada a fase referida em 4.º embebo o cotonete em betadine e limpo cuidadosamente o buraco, causado pela extracção do quisto, bem como o bordo e se houver pele solta, pressiono-a levemente com o cotonete de forma a quase tamponar o ferimento.
6.º - Agora a ave deve ser colocada no viveiro e, dia sim dia ñão, aplico-lhe betadine até à completa cicatrização do ferimento. Regra geral entre os 10 e os 15 dias a aves está praticamante a 100%.
NOTA IMPORTANTE - Quando se detecta o quisto numa zona de grande aglomeração de vasos sanguíneos há que ter o máximo cuidado para não os atingir pois pode ser fatal para a ave.
Os Distúrbios de comportamento nas fêmeas
Os Distúrbios de comportamento nas fêmeas
O sucesso da criação depende do bom comportamento das fêmeas. Normalmente a fêmea colocada na presença do macho, faz o ninho, põe, choca os ovos e alimenta os filhotes.O macho pode ajudar na construção do ninho e participa na alimentação dos filhotes; a sua função torna-se cada vez mais importante à medida que os filhos crescem. Os principais problemas do comportamento concernentes às fêmeas são os seguintes:
- A fêmea não põe
- A fêmea destrói constantemente o ninho
- A fêmea põe fora do ninho
- A fêmea põe sem parar
- A fêmea põe, mas não incuba
- A fêmea pica os ovos
- Os filhotes são atirados para fora do ninho
- Os filhotes são pouco ou mal nutridos
- A fêmea pica os filhotes
Analisemos os diferentes casos.
A FÊMEA NÃO PÕE
Normalmente a postura é desencadeada pela visão do ninho; ela é favorecida pela presença do macho. Na ausência de ninho, a presença dum recipiente côncavo pode incitar a fêmea a por; até pode pôr num comedouro.Mas é necessário que a fêmea esteja pronta para pôr, mesmo que o seu ovário contenha os futuros óvulos. Isto supõe que a temperatura e a luz tenham variado normalmente como aquelas produzidas na Primavera. Muita luz e sem muito calor ou o inverso, muito calor e pouca luz, provocam uma alteração do ciclo sexual, que é frequentemente acompanhada por uma muda parcial. Se a fêmea não põe, malgrado a presença do ninho e do macho, pode-se mudar o macho e trocá-lo por outro mais ardente, mais viril. Se o comportamento da fêmea não muda, é necessário troca-la por uma outra.A melhor fêmea é uma de dois anos, cujo comportamento terá sido testado no ano anterior. Uma fêmea muito velha pode estar inapta à postura: torna-se estéril.
A FÊMEA DESTRÓI O NINHO CONSTANTEMENTE
A maioria das fêmeas constrói metodicamente o ninho: empregam materiais grosseiros, depois materiais finos para o acabamento. Algumas começam a construção do ninho sem contudo acabar: elas confundem frequentemente os materiais e finalmente o primeiro ovo é posto num ninho inacabado e muito mal feito. Geralmente este comportamento é hereditário. Ele persiste de ano a ano. A fêmea não sabe fazer o ninho, porque nasceu, geralmente, num ninho mal feito.O criador deve intervir para terminar o ninho ou oferecer à fêmea um ninho completamente feito. No caso dum ninho de canários, pode-se colocar um ninho de fibras de coco comprado no comércio. Aos exóticos pode-se oferecer um ninho bola, em vime, no interior do qual se cola um revestimento macio, que o pássaro não poderá arrancar. Geralmente o criador contenta-se em terminar o ninho, colocando um suplemento de materiais e construindo uma cavidade para os ovos. Ele pode obter esta cavidade, fazendo rodar uma maçã no ninho, ou moldando com sua mão. Como no curso de criação, o ninho se suja, ele não pode hesitar em mudar o revestimento no momento em que ele se torne muito sujo. Os filhotes têm necessidade de asseio e esta limpeza agirá sobre o comportamento de adulto. Isto é sobretudo necessário quando o número de filhotes é importante. Isto é indispensável no momento em que os filhotes defecam sobre as paredes do ninho e quando os pais penetram no ninho para alimentá-los.
A FÊMEA PÕE FORA DO NINHO
Sucede que uma jovem fêmea põe fora do ninho, seja sobre o fundo da gaiola, seja num comedouro. Ela não compreendeu a função do ninho que o criador lhe ofereceu, e não o adoptou.O mais simples é colocar o ovo no ninho onde ele deveria ser posto; faz-se o mesmo para o segundo ovo, e assim por diante até a obtenção duma postura normal. Se a postura se faz num comedouro, tira-se o comedouro à noitinha, uma vez que a postura tem geralmente lugar ao nascer do dia. Para seduzir a fêmea no ninho, pode-se aí colocar um ovo claro (dum outro casal) ou um ovo falso. Quando se trata dum ninho caixa, junta-se materiais que se deixam passar pela abertura; esses materiais excitarão a curiosidade da fêmea, que visitará então o ninho.É possível que a fêmea não ponha no ninho, porque está infestado pelos piolhos ou porque não é suficientemente próprio. O asseio é necessário e é preciso então mudar ao menos o revestimento do ninho, entre duas ninhadas.
A FÊMEA PÕE SEM PARAR
Encontra-se no ninho um número de ovos anormal. No caso de uma espécie onde o macho e a fêmea são parecidos, é possível que o casal compreenda duas fêmeas. É necessário sexar atentamente os pássaros.Mas num casal normal, a fêmea pode pôr numerosos ovos. Geralmente são ovos claros e isto ocorre porque quando uma primeira postura era feita de ovos claros, a fêmea continuava a pôr.Uma observação atenta do número de ovos teria permitido ao criador ver que não se trata duma só postura, mas de duas sucessivas separadas por 5 a 6 dias. Algumas fêmeas são capazes desde o 5º dia de reconhecer se um ovo está claro ou não; neste momento elas podem abandonar o ninho ou pôr de novo. Uma perturbação do comportamento pode explicar uma postura abundante e contínua. A fêmea é vitima dum desarranjo endócrino. Normalmente quando a postura atingiu a cifra própria à espécie (5a 6 ovos no máximo), uma inibição se produz e isto bloqueia a produção de óvulos pelo ovário. Em alguns pássaros mais sensíveis que outros, o bloqueio tem lugar mais cedo e a fêmea põe menos ovos. A postura torna-se contínua quando o bloqueio não tem lugar. É necessário tirar a fêmea e trocá-la por uma outra. Esta perturbação desaparece geralmente quando a fêmea é colocada em viveiro não contendo qualquer ninho, sobretudo na ausência de machos. Pode também atenuar-se pouco a pouco: a fêmea podendo pôr ainda alguns ovos num comedouro, antes de se tirar definitivamente.
A FÊMEA PÕE MAS NÃO INCUBA
Esta perturbação pode ter várias causas: O desenvolvimento é desfavorável: há muito barulho ou a fêmea está inquieta. Pode ser suficiente mudar o lugar do ninho ou aquele da gaiola: a primeira ninhada estará perdida, mas uma segunda será levada a termo. A fêmea não choca porque os ovos estão claros, e isto porque ela não foi coberta pelo macho. É necessário tirar os ovos e aguardar uma segunda postura. Se a fêmea não choca, é preciso mudar o macho. O melhor macho é aquele que não somente cobre frequentemente a fêmea, mas também que a ajuda a ir para o ninho. Alguns machos chocam tanto e mesmo mais que a fêmea, mas o mais frequente e necessário é que a fêmea comece a chocar.
A FÊMEA PICA OS OVOS
Acontece quando os pássaros comem os ovos. O criador que constata a presença dum ovo e não o vê no dia seguinte ou quando o número de ovos diminui. Frequentemente não fica nenhum traço do ovo desaparecido: ele foi comido. Um pássaro pode muito bem comer um ovo. Ás vezes um filhote eclode e não se acha a casca: ela comeu-a, e isto evita que ela atraia a atenção dum predador, o que pode ter lugar quando a casca vazia é lançada fora do ninho. Sabe-se assim quando os pássaros de gaiola podem consumir os fragmentos de cascas; esses fragmentos dados pelo criador são uma fonte de cálcio. Por prudência, ele vai dar o melhor, (por ex. ostras trituradas ou fragmentos de cascas de ovos...)É normal que um ovo seja comido depois de ter sido posto. Geralmente, o criador acusa o macho. Pensa-se que o macho viu no ovo um corpo estranho que ele quer tirar do ninho; o ovo é quebrado e comido. Isto é possível, mas a fêmea pode comer os ovos. É o que tenho constatado com um casal de mandarins. Para saber se comia o ovo, coloquei sobre a casca um produto utilizado para impedir as crianças de roer as unhas. Um primeiro ovo desapareceu sem problema aparente nos pássaros. Porém após o desaparecimento dum segundo ovo, a fêmea foi gravemente intoxicada, enquanto que o macho ficou normal. A mãe era, pois, culpada. É preciso, então, no momento em que os ovos desaparecerem depois de terem sido postos, tirar a fêmea e trocá-la por uma outra.
OS FILHOTES SÃO LANÇADOS PARA FORA DO NINHO
Acontece quando os filhotes são encontrados fora do ninho, sobre o fundo da gaiola.Frequentemente apresentam feridas provocadas por cortes de bico.No momento em que o criador se apercebe, rapidamente deve colocar os filhotes no ninho. Podem cair acidentalmente ou ser assassinados pelas patas da fêmea, quando abandona muito brutalmente o ninho. É necessário então evitar assustar a fêmea que choca, e cuidar para que o ninho seja suficientemente profundo. Mas é possível que os filhotes tenham sido lançados para fora do ninho por um dos pais. Pouco depois da eclosão, o principal culpado é o macho; ele não reconhece no filhote o produto dum ovo, e lança-o para fora numa preocupação de propriedade, ou de defesa do ninho. Neste caso, é preciso tirar o macho, esperando-se que todos os filhotes tenham eclodido e chegado a ser bastante grandes. No Diamante Gould, mais sujeito ao stress, o macho pode reagir a uma perturbação (barulho, visitante estranho...), lançando os filhotes pouco depois. No momento em que os filhotes estão emplumados e prontos para sair do ninho, podem ser lançados pela fêmea desejosa de limpar o ninho para tornar a pôr. Algumas fêmeas tornam a pôr num ninho ocupado, mas outras expulsam os filhotes a golpes de bico. O sangue pode ocasionar a picagem: os filhotes se estiverem ainda depenados podem morrer.
OS FILHOTES SÃO POUCO OU MAL ALIMENTADOS
O crescimento dos filhotes é programado; se ele é retardado, os pais podem abandoná-los. Na natureza um retardamento no crescimento corresponde a uma doença ou ainda afecta o último nascido; esses pássaros estão condenados; eles não darão jamais um adulto robusto; os pais têm pressa de fazer uma nova ninhada, e cessam de alimentar os atrasados. Este comportamento permite a selecção natural indispensável à sobrevivência da espécie.Na criação, o atraso de crescimento tem as mesmas causas, mas o abandono é menos brutal. Um pássaro cego será alimentado tanto quanto será capaz de pedir com insistência sua alimentação: cessará de o ser quando não virar mais o bico do lado certo. Os filhotes debilitados por uma doença (frequentemente colibacilose) serão cada vez menos alimentados visto que eles terão cada vez menos força para pedir, levantar a cabeça e abrir o bico. No que concerne aos filhotes de crescimento mais lento numa ninhada, trata-se de mutantes, ou de últimos nascidos. Para salvá-los, o criador confiá-los-á a outros pais, que tenham filhotes no mesmo tamanho. Para que todos os filhotes duma ninhada sejam salvos é necessário que a ninhada fique homogénea, isto quer dizer que todos os filhotes cresçam regularmente.Pode-se activar o crescimento dos filhotes, dando-lhes uma pasta enriquecida em vitaminas. No início do crescimento, os protídios devem representar perto de 25% da ração; a seguir sua taxa deve diminuir regularmente em benefício dos glucídios (amidos dos grãos). Na natureza, os pássaros aí compreendidos, os granívoros, fornecem aos recém-nascidos uma alimentação muito rica à base de insectos e de pólen, bem como filhotes de larvas e grãos germinados. Por conseguinte, eles dão mais grãos de amoras. Se é necessário, em caso de doença, utilizar um antibiótico, ele deve ser associado a uma mistura vitaminada e de grãos germinados. Um antibiótico pode provocar uma carência em vitaminas e retardar o crescimento.
A FÊMEA PICA OS FILHOTES
Dissemos que a fêmea desejosa de pôr pode expulsar os filhotes para fora do ninho e picá-los para arrancar-lhes as penas. Esta hostilidade cessa no momento em que os filhotes deixam o ninho, salvo se o sangue correu. No último caso, a visão do sangue tem um efeito agressivo: ele estimula a picagem. É necessário isolar o filhote, tirar a pena que sangra e colocar um pó bactericida sobre a ferida. Filhotes machos podem ser igualmente picados pelo pai que o deseja expulsar. Se os filhotes devem ser deixados na presença dos pais, é necessário dispor duma gaiola suficientemente grande ou colocar uma separação através da qual os pais poderão alimentar os filhotes. Quando uma gaiola é muito pequena, os pais têm tendência a picar os filhotes. Pode-se também evitar isto, colocando os pais e os filhotes que deixaram o ninho numa outra gaiola, onde não haverá ninho.
CONCLUSÃO
Os distúrbios de comportamento não são raros numa criação. Isto vem do fato de que se está longe das condições naturais bem como em matéria de ambiente, quer de material ou de alimentação. Cuidados de atenção e a experiência permitem evitá-los ou tratá-los. A maior parte dessas perturbações não são hereditárias e não duram de ano a ano. O criador deve ter interesse em possuir muitas fêmeas e vários machos de reserva; mudam o macho ou a fêmea sendo este o meio mais eficaz para pôr fim a uma distúrbio de comportamento que torna um casal improdutivo.
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